A LENDA DA SERPENTE QUE PASSOU A SER RASTEJANTE.

Então o mágico apareceu. Diga-se de passagem que o mesmo ou era cego ou fingia-se de.  Então esbravejou. 
-- Quem ousou comer desta árvore?
-- Que árvore, senhor?  Disse-lhe em uníssono o Adão e a Eva. -- Que pelo mágico já tinham lá esses nomes.
-- Aquela lá. -- respondeu o mágico. Aquela lá!!!

-- Aquela lá? -- insistiu o ainda Adão como criado à semelhança do mágico: nuzinho em pelo.
-- Aquela sim, idiota!  Quem foi que a comeu?  Quem?
-- Foi ela, meu amigo senhor.  E apontou com o dedo Eva. -- que se encontrava  nuazinha como criada à semelhança do mágico;  nuzinha em pelo.
-- Mentira dele, meu amigo senhor mágico Iavé! Quem me mostrou essa árvore que tanto lhe irrita foi ela! -- E apontou para uma serpente, uma cobra que lá naquela época no jardim chamado Éden possuía pés. Uns 4 ou 6 ou 8 ou 10 ou mais como se fora uma centopéia. -- Foi ela, meu amigo senhor mágico Iavé!

-- Dela cuido eu daqui um instantinho.  Quanto a você seu verme, e já lhe digo ex-filho do barro que pisei... Filho espelhado em mim e esculpido em mim... Você seu verme, fora! Fora!... Vá ganhar a vida da forma que lhe aprouver.  Acabou a mamata que tinha neste jardim.  Fora! Vá trabalhar, seu vagabundo!...  E você, mocinha, vá se lascar sob as chibatas que esse ordinário haverá de lhe impor.  E quando você meter com ele, e quando, a partir daí, sua ordinária, você parir, vai parir com as maiores dores, prá não dizer que vá parir à puta merda que também lhe há de lhe parir.  E a você sua serpente de merda, perca seus pezinhos e vá rastejar em outros quintais. Never more
neste meu. Estamos claros?

E o mágico Iavé se foi, colérico. 
Dizem que esta raiva lhe impregnou as entranhas. E que este fato lhe levou a agir em outras circunstâncias , por exemplo queimando, ou melhor dizendo, torrando homens, mulheres e criancinhas numas cidades chamadas Sodoma e Gamorra.  Dizem.  Mas talvez venha a ser despeito por suas magias infinitas.  O fato é que ele depois desta situação do Éden, aliás maquinada por ele próprio que fingiu não ver e não ouvir o que se passava diante de seu próprio nariz.  Pobre do Adão, pobre da Eva e da pobrezinha da serpente que não tinha nada, como se diz hoje em dia, não tinha a ver com o peixe.  Tinha lá, a coitadinha,  não sei quantos pezinhos e passou a ser rastejante, esfregando a barriguinha nos solos pedregosos, espinhentos e gosmentos de sua vida, ad eternum, até que lhe lhe surgisse um tal de dilúvio.  Ainda assim, escapando não se sabe como, continuou a rastejar e rastejar e rastejar.  Tudo por uma calúnia lhe desferida por uma mulher nua em pelo, como o mágico Iavé, que a havia criado de sua cartola um pouco depois do amado homem Adão.

Convidamos a todos para a nossa postagem.  Tal qual esta que vocês acabaram de ler vai ser demasiadamente cômica.