quarta-feira, 27 de maio de 2015

A LENDA DE JOSUÉ.
UM ASSASSINO SÁDICO
E LADRÃO DE TERRAS.
== 9ª. Parte e Última Parte ==
SALDO DA
DIVINA” INSÂNIA:
TRINTA e UMA
CIDADES ARRASADAS.
    E assim foi.  A jornada genocida para a sedimentação da Canaã e seu manancial de leite e mel nem por uma fração ínfima de tempo esteve desnorteada, seja por Josué, seja pelo seu  mistagogo  Iavé.  A marcha seguia, sempre.  Se ora ia para o sul, ou se ora ia para o norte, ou para o oeste, ou para o leste, ou se destinava às árduas montanhas umas vezes,  outras vezes se empertigava em planícies amenas,  pouco importava.  Ela seguia destruindo, saqueando, matando, incendiando.  Sempre.



    Embora a geografia e a tipografia, como o próprio Josué reconhecia,  não fossem sua responsabilidade profissional,  também não o eram do Mágico Iavé.  Se nos detivermos um pouco para  pensar, poderemos logo concluir que este mister caberia mais ao senhor de Israel, e a ele se encaixaria como uma luva,  pois sabe-se que foi o mesmo quem houvera feito, há muitos anos atrás, a terra com todos os seus acidentes: montes, desertos, rios,  mares, ainda que desses fossem conhecidos somente uns poucos como o monte Sinai e um outro de nome Nebo, 

o mar Vermelho, 
o deserto de Sin e um outro de nome Sur, 
o rio Jordão, por exemplo.

Dessa forma, bem que ele poderia ter prestado uma ajuda ao servil comandante de seus exércitos e não deixá-lo como uma barata tonta, indo daqui para ali e dali para acolá, à mercê de ficar se questionando  sempre onde tal ou qual cidade se encontrava, se estaria perdido em suas andanças ou não.
Entretanto, apesar desses entraves, à primeira vista um tanto estressantes,  o empreendimento bélico de Josué e seus comandados  pode ser considerado como um sucesso.  E claro está que não iremos jamais deixar de mencionar aqui, e com destaque retumbante,  o  providencial  auxílio do Mágico Iavé, seja logístico,  quando ordenava que os homens de Josué entrassem pela retaguarda ou fingissem um recuo tático, e  coisas que tais.  
Também  justiça lhe seja dada pelo apoio incentivador  ao dizer enfaticamente  “Vamos lá!  Não tema, não se acovarde.  Eu estarei  sempre à sua frente! Eu lhe darei em suas mãos esse rei aqui, aquele ali, o outro acolá  junto com todos os seus povos, suas cidades suas terras.  Levante-se, homem, e leve com você todos seus valentes guerreiros!” 
Além do uso dessa psicologia barata,  sempre muito  eficaz quando aplicada na lida com boçais,  houve uma ajuda real, pois que física.  E a essa Josué devia render ao seu senhor uma gratidão imensurável.  Pois sabemos bem que não é todo soberano que desce do seu pedestal, trono, ou seja lá o que for, para se por a ajudar seus súditos.  E em corroboração a este fato, lembremos a nobre atitude do rei dos israelitas ao se por a arremessar inúmeras pedras grandes sobre os exércitos dos cinco reis inimigos, 
matando mais gente por causa da chuva de pedras do que pela espada dos israelitas”,
como registrou para a posteridade o versículo 11 do jactante capítulo 10, aquele mesmo que fala da PARALISAÇÃO DO SOL.
(Quanto a este detalhe da intimidade de Josué com o sol foi um fato tão deslumbrante que  ainda hoje causa umas certas interrogações aos cientistas astrônomos).
Não vamos mais nos alongar nesses aspectos divinais do Mágico Iavé, os quais foram bem explorados em nossa  postagem imediatamente anterior a esta agora.
      Depois de um certo repouso (ou melhor dizendo: um certo pequeno repouso), Josué seguiu para o gran finale com seu  INCRÍVEL  exército de insanos.  Sob um embevecido olhar do senhor Mágico Iavé, a libidinosa  Canaã seria finalmente  possuída  e dela, no clímax de seu gozo,  jorrariam em abundância  leite e mel para o pasto dos filhos de Israel.  Mas, no entanto, sabiam todos que jamais poderiam se desvencilhar da CROSTA INFECTA  DO

DERRAMADO.
E encerrando o Capítulo 11 do famigerado  livro  assim reza o versículo 
23:
-- Josué se apoderou de toda a terra, como Iavé tinha prometido a Moisés.  E Josué entregou a terra como herança aos israelitas, repartindo-a em lotes, segundo as tribos.
E a terra ficou em paz, sem guerra.
No entanto,  antes da dissertação da partilha da terra entre as 12 tribos de Israel os escribas em texto não menos enfadonho arrolam com repugnante jactância o nome dos 31 reis que o sádico sanguinário Josué exterminou, saqueando e incendiando suas cidades-reinos,
 e “passando a população a fio de espada, consagrando a Iavé o extermínio de todas as pessoas que nelas viviam. Não ficou nenhum sobrevivente. Todos os reis foram mortos procedendo-se como ocorrera com os cinco reis amorreus: pendurados em árvores até o entardecer”.

OS 31 REIS TRUCIDADOS nas
INVASÕES CRUENTAS de  
JOSUÉ.
Do versículo 7 até o versículo 24  pertencentes ao Capítulo 12 são arrolados um a um os 31 reinados que sofreram a sanha destruidora dos israelitas sob a égide sanguinolenta do seu SENHOR -- o Mágico Iavé.  A saber, pela ordem dos "divinos" massacres:
Versículo   7 -- E estes são os reis da terra aos quais Josué e os filhos de Israel feriram daquém do Jordão, para o ocidente, desde Baal-Gade, no vale do Líbano, até o monte Calvo, que sobe a Seir; e Josué a deu às tribos de Israel em possessão, segundo as suas divisões,
Versículo   8 -- o que havia nas montanhas, e nas planícies, e nas campinas, e nas descidas das águas, e no deserto, e para o sul, entre os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus:
Versículo   9 --  o rei de JERICÓ, um; o rei de HAI, outro;                   
Versículo 10 --  o rei de JERUSALÉM, um; o rei de HEBROM, outro; 
Versículo 11 --  o rei de JARMUSE, um; o rei de LAQUIS, outro;
Versículo 12 --  o rei de EGLON, um: o rei de GEZER, outro;
Versículo 13 --  o rei de DEBIR, um; o rei de GÉDER, outro;
Versículo 14 --  o rei de HORMA, um; o rei de ARADE, outro; 
Versículo 15 --  o rei de LIBNA, um; o rei de ADULÃO, outro;
Versículo 16 --  o rei de MAQUEDÁ, um; o rei de BETEL, outro;
Versículo 17 --  o rei de TAPUA, um; o rei de HÉFER, outro;
Versículo 18 --  o rei de AFECA, um; o rei de LAZAROM, outro;
Versículo 19 --  o rei de MADON, um; o rei de HAZOR, outro;
Versículo 20 --  o rei de SINROM-MEROM, um; o rei ACASAF, outro;
Versículo 21 --  o rei de TAANAQUE, um; o rei de MEGIDO, outro;
Versículo 22 --  o rei de QUEDES, um; o rei de JOCNEÃO, outro;
Versículo 23 --  o rei de NAFAT-DOR, um; o rei de GILGAL, outro;
Versículo 24 --  o rei de TIRZA, outro; trinta e um reis ao todo.
Caro Leitor, esses foram os tais que tiveram a infelicidade de possuírem suas cidades-reinos na trilha que o senhor de Israel  traçou para levar seus amados filhos à terra prometida. 

  Foi só depois dessa festança sanguinária, que veio a ocorrer a ressaca dos aguerridos israelitas.  Sendo fiel ao que postula a abertura do Capítulo 23  em seu Versículo 1 -- Sucedeu que,  muitos dias depois que o Senhor dera repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e Josué já fosse velho e entrado em dias,
Versículo 2 – chamou Josué todo o Israel, os anciãos, os chefes de família, os juízes e os oficiais, e lhes disse: “Eu já estou velho, em idade avançada.
Versículo 3 – Vocês viram tudo o que Iavé seu Deus fez em favor de vocês contra essas nações. Foi Iavé seu Deus quem lutou por vocês.

Versículo 4 – Vejam: através de sorteio eu reparti para vocês, como propridade para as suas tribos. Todas essas nações que ainda restam, juntamente com aquelas que destruí, desde o rio Jordão até o grande Mar, ao ocidente.
Versículo 5 – O próprio Iavé seu Deus expulsará essas nações diante de vocês. Ele mesmo as desalojará, para que vocês tomem posse de suas terras, como lhes prometeu Iavé seu Deus.
E SEGUE por aí a fora.  Ao encerrar a verborreia, Josué  não decepciona seu auditório ao deixar claro a sua fidelíssima IMAGEM e SEMELHANÇA do seu senhor,  espumando sua virulenta IRA. 
Vamos apreciar o enfado da asneirada que fecha o Capítulo 23.
Versículo 13 -- “Se vocês não seguirem o que está escrito no Livro de Moisés,  Iavé seu Deus não expulsará mais essas nações de diante de vocês,
Versículo 14 ­-- e elas serão laço e armadilha para vocês, chicote em suas costas, espinho em seus olhos, até que vocês desapareçam completamente.
Versículo 15 --“Iavé realizará contra vocês todas as maldições dele, sté eliminar totalmente vocês.
Versículo 16 --“A ira de Iavé se acenderão contra vocês e rapidamente vocês desaparecerão.”

O final do livro é ameno, um tanto açucarado, como quem pede desculpas por tanta bandalheira, tanto assassinato ao fio de espada de inocentes, crianças, velhos,  mulheres (exceto as virgens destinadas como sempre à soldadesca), por tanta roubalheira, por tantas cidades incendiadas, por tantos governantes torturados, mortos por empalhamento e enforcamento.
Tudo leva a crer que os escribas,  já cansadas as mãos artríticas e enfadados os corpos pelo longo cativeiro na Babilônia, mandaram às favas o rigor de seus pegajosos fanatismo.  Senão, vejamos.
Versículo 29 – Algum tempo depois morreu Josué, filho de Num, servo de Iavé, com CENTO E DEZ anos.
Versículo 30 -- Foi enterrado no território que recebeu como herança em Tamant-Sare, que está na região montanhosa de Efraim, ao norte do monte de Gaás.
Versículo 31 – Israel serviu a Iavé enquanto viveu Josué e enquanto viveram depois de Josué todos os anciãos que tinham conhecido todas as obras que Iavé tinha realizado em favor de Israel.

Caro Leitor, com o sumiço de Josué chegamos ao fim das postagens sobre ele. Foram 9, ao todo.  Um pouco menos que os reinos que ele fez desaparecer do mapa daquelas terras.
Em nossa próxima postagem assentada no livro Juízes, vamos nos defrontar com espiões, sabotagens, traições, assassinatos, novas conquistas agora com um tal de Judá à frente dos impolutos guerreiros israelitas. E, claro, com o Mágico Iavé destilando seu ÓDIO impregnado como sempre de muito visgo sanguinolento.

domingo, 24 de maio de 2015

A LENDA DE JOSUÉ.
UM ASSASSINO SÁDICO
E LADRÃO DE TERRAS.

== 
8ª. Parte ==

A OBSESSÃO DO
SENHOR DE ISRAEL:
UMA CANAÃ RICA EM LEITE, MEL... E
    São inúmeras são as sentenças proferidas pelo senhor, também conhecido como deusiavé, israel, adonai, eloai, iavé jiré, eloin, iavé nissi, iavé rafá, e outros mais -- sentenças sobre a terra de Canaã onde correm, em abundância, o leite e o mel, sentenças condenatórias às dezenas e mais dezenas de cidades interpostas à terra prometida, ao seu sul, ao seu leste, ao seu oeste, sediadas ou em montes, ou em planícies, fortificadas ou não, possuidoras de poderosos exércitos ou de inermes pastores ou artesãos. São inúmeras as sentenças sobre suas destruições, saques, incêndios,mortandades a fio de espadas, SANGUE, SANGUE e mais SANGUE.
   A primeira a cair foi Jericó, graças à ajuda providencial da prostituta Raab e dos sons agudos e graves das sete trombetas e dos gritos histéricos dos sacerdotes que fizeram ruir as muralhas da cidade como se fossem feitas de papelão ou coisa que lhe valha. O senhor, sem dó e sem piedade, ordenou que a população de homens, mulheres, idosos e crianças fossem mortas a fio de espada, claro, exceto a tal de Raab e seus familiares em uma demonstração da misericórdia e justiça de Iavé, o Mágico; todo o tesouro foi saqueado junto aos bois, depois transformaram em tições e cinzas a cidade, e enforcaram o rei.
     Depois foi a vez de Hai.  Desta feita, parece que Josué aparentava o certo tremor (na certa, estava  mesmo extasiado por ter liquidado  Acã, e seus animais e sua família, por apedrejamento seguido da torrefação de seus corpos ainda com um pouquinho de vida).  Josué estava meio estranho, pois o senhor de lhe “Não tenha medo e não se acovarde.  Levante-se e suba a Hai, leve com você todos os guerreiros. Veja! Eu estou entregando em suas mãos o rei de Hai, junto com o povo, a cidade e as terras dele.  Faça com Hai e o seu rei com você fez com Jericó e o seu rei.” (Essa atitude genocida do senhor, seguida pelo sadismo na ação criminosa de Josué, consta tal e qual nos versículos 1a 29 que “adornam” o capítulo 8 do livro-- É só conferir. 

     E em seguida, para não perder-se o costume vem a saga dos gabaonitas, aqueles que se transvestiram de maltrapilhos famintos e, como tal, engabelaram Josué, os anciãos, os 45 mil e tantos guerreiros e todo o povo israelita. Mas, como toda reação é precedida de uma ação, esta foi efetuada exatamente pelo Mágico Iavé objetivando provocar a união dos cinco reis amorreus adversários dos gabaonitas, gerando os ataques às cinco cidades-reinos, com as clássicas matanças das populações, os magníficos saques, os incêndios. Assim caíram as cidades de Jerusalém, Hebron, Jarmut, Laquis e Eglon.
     Esse foi o tema da nossa última postagem, o nosso Caro Leitor deve se recordar principalmente do maior prodígio de todos os tempos, aquele em o senhor Mágico Iavé fez parar o sol em obediência à  Josué parar o sol.

Entretanto, faltou-nos informar o paradeiro dos cinco reis, não é verdade?  Pois muito bem!  Vamos corrigir nossa falha, então.
     Vamos recorrer às páginas do livro precisamente ao capítulo 10 e seus versículos 16 até o 27. Desta feita, porém, não vamos cacetear o nosso Leitor transcrevendo versículo por versículo. Simplesmente vamos dizer que Josué, após o seu retorno ao acampamento de Guilgal, foi informado que os cinco reis fugiram e estavam escondidos em uma caverna de Maceda. Josué ordenou que rolassem pedras gigantes na  boca da caverna e botou ali uns guardas de plantão. Depois determinou a uns tantos guerreiros: “Vocês não parem: persigam os inimigos, cortem a retaguarda e não os deixem entrar nas cidades deles, pois Iavé, o deus de vocês, os entregou em suas mãos”.
    Após derrotar a todos, Josué retornou com seus guerreiros a Maceda. Foi aí que ele, lembrando-se dos cinco reis presos na caverna, disse: “Abram a caverna, tirem de lá os cinco reis, deitem-nos no chão e depois coloquem seus pés sobre o pescoço de cada um deles.  Com isso Josué matou os reis e mandou suspendê-los em cinco árvores e os deixou assim até ao entardecer.

    Diz assim o versículo 27: Ao pôr-do-sol, Josué mandou que fossem tirados das árvores e jogados na caverna onde haviam se escondido. Colocou pedras grandes à entrada da caverna, as quais permanecem aí até o dia de hoje.
Versículo 28 Nesse mesmo dia, Josué tomou Maceda, passou os habitantes ao fio da espada, consagrando à iavé a morte do rei e todas as pessoas que lá se encontravam.  Não deixou nenhum sobrevivente e tratou o rei de Maceda como havia tratado o rei de Jericó.

     Por enquanto, basta.  Voltaremos com uma nova postagem sobre o Josué.   Nela o "ferrenho" comandante israelita, sempre com a providencial ajuda do Mágico Iavé, irá chegar ao climax de sua alucinada trajetória.  Conquistará, roubará, dizimará a população, e incendiará umas trinta e oito cidades-reinos, antes de pendurar as sandálias.
     Até lá, Caro Leitor.


terça-feira, 19 de maio de 2015

A LENDA DE JOSUÉ.
UM ASSASSINO SÁDICO
E LADRÃO DE TERRAS.

== 
7ª. Parte ==

A ESDRÚXULA “PARALISAÇÃO”
DO SOL.

Foi providencial a ajuda física do Mágico Iavé a Josué e a "todo o pessoal de guerra e a todos os guerreiros valentes", na derrota impingida a cada um dos  cinco reis amorreus e seus exércitos, conforme relata o tal "livro sagrado".  No capítulo 10 e seu versículo 11 ficamos sabendo que "enquanto eles (os inimigos) estavam fugindo diante de israel, na descida de Bet-Horon, Iavé mandou do céu uma forte chuva de pedras grandes, que matou os inimigos até Azeca". Ficamos informados que "morreu mais gente por causa da chuva de pedras do que pela espada dos israelitas".


   Caro Leitor, todo esse estrambótico texto foi visto em nossa Postagem anterior.  Se o repetimos agora, nesta nova,  foi primeiro para atentar ao absurdo que nos socou o estômago (e continua a agredir), e segundo  para servir como um traço de união ao inverossímil relato em que o senhor de Israel desceu do seu trono imperial e "obedeceu à voz de um homem", quando da paralisação do sol.
Dada a confidência de um assustado espectador daquele momento em toda a sua exuberância, a coisa ocorreu desta forma: 
primeiro,  um tenebroso nevoeiro vindo do nada baixou assim tão repentinamente sobre uma parte do acampamento, envolvendo o comandante Josué, e fazendo cair em sono pesado toda a guarnição agora reduzida a uns 35 mil guerreiros dos 45 mil que deram ação ao pessoal inimigo dos cinco reis.
Josué, diferente dos demais camaradas de ofício, encontrava-se assim meio sonambúlico, é fato, mas não ao ponto de não perceber que aquele denso nevoeiro que  o envolvera e o colocara em seu cerne, só podia ser obra do seu senhor Iavé.

Com a certeza absoluta disso, acomodou-se em um morrinho arredondado e com piçarra ao derredor e se pôs a esperar, limpando uns coscoréis de sangue coagulado que se lhe fixara nas mangas e no peitoril de sua túnica.
Aqueles  restos à sua roupa levaram seus pensamentos ao morticínio dos amorreus e ao sobressalto de um susto.   Foi no momento exato em que se lembrou de 
que alguns miseráveis inimigos haviam lhe escapado, e era fundamental retornar e liquidá-los sem mais delongas. No entanto, Josué havia percebido que antes do nevoeiro o sol estava esmaecendo. Necessitava, e muito,  da luz solar para efetuar a liquidação do que sobraçara dos adversários.
Caiu de joelhos, levantou os braços, e ia iniciar um clamor ao soberano rei e pai de Israel,

quando o mesmo, em seu vozeio característico, susteve a ação de Josué.
Foi quando, então, um diálogo aconteceu mais ou menos assim:
-- Que fazes, homem?, perguntou por perguntar o Mágico Iavé pois bem sabia das intenções do seu servil filho Josué.
-- Ah, meu senhor! Ia rogar-lhe que me parasse o sol.
-- Para começo de conversa, por que isso?
-- Veja, senhor meu, o sol está se escondendo, logo a noite cairá, e eu não poderei dessa forma dar cabo ao que sobrou dos amorreus, nossos inimigos. Entendeu?
-- Entendi, claro, disse o Mágico Iavé.  Mas não posso fazer o que você deseja.
Um súbito pasmo fez abrir a boca de Josué.
-- Não pode fazer parar o sol?, perguntou com voz trêmula pois acreditava estar proferindo uma blasfêmia, questionando, assim, o senhor dos exércitos.
-- Não posso fazer parar o sol, Josué, porque parado ele já está, e sempre esteve desde que surgiu como todos os demais sois e seus respectivos planetas.
-- Bem, você é o senhor, disse Josué, um tanto temeroso. Você não pode se equivocar, mas não é bem isso o que os meus olhos vêem todo dia, o sol nasce daquele lado ali, viaja todo o dia pelo céu e desaparece no lado oposto, acolá, até regressar na manhã seguinte.
-- Sim, algo se move realmente, mas não é o sol, é a terra.
-- A terra está parada, senhor meu, disse Josué com voz aflita, temerosa.
-- Não, homem, o que você tem é uma ilusão de ótica, ou melhor, os seus olhos lhe iludem, ponderou o Mágico Iavé com uma certa dose de paciência.  A terra é que se move, dá volta sobre si mesma e vai seguindo pelo espaço ao redor do sol, com a sua lua.
-- Então, se assim é, manda parar a terra, retrucou Josué. Que seja o sol a parar ou que pare a terra, não me faz diferença desde que eu possa acabar com o que resta dos amorreus.
-- Josué, me escute.  Se eu fizesse parar a terra, não se acabariam só os amorreus, acabava-se essa terra, acabava-se o mundo, acabava-se a humanidade, acabava-se tudo, todos os seres e coisas que aqui se encontram.
-- Tudo, mesmo?
-- Tudo, até mesmo as árvores apesar das raízes que as prendem à terra, tudo seria lançado para fora tal qual uma pedra quando você ou eu a soltamos de uma funda.
-- Pensei, oh meu senhor, pensei que o funcionamento da máquina do mundo dependesse apenas da sua vontade.
-- Eu faço o possível, meu filho, agora fazer o impossível me é impossível.  Essa balela de alegar que os meus desígnios são imponderáveis eu tenho escutado e fartamente. Muitos são os que descobrindo essa e outras asneiras que são ditas e impingidas à mim, se descontentam, viram-me as costas. Existem alguns, meu caro Josué, que vão ao ponto de negar a minha existência.
-- É simples. Castiga-os.
-- Estão fora da minha alçada, fora da minha lei, não lhes posso tocar, respondeu o Mágico Iavé e a sua voz era não de rancor, ou de mágoa, e sim de tristeza. A vida de uma deus não é tão fácil quanto vocês creem, continuou sem ganhar fôlego, um deus não é senhor daquele continuo quero, posso, mando que se imagina, nem sempre se pode ir direto aos fins, há que rodear, rodear, como faz a terra e uma infinidade sem número de planetas, satélites e etc, e etc e tal. O Mágico Iavé fez uma pausa e se pôs a refletir no que havia dito.
-- E nós, aqui? Como ficamos?, perguntou Josué com a ideia fixa no que restou dos amorreus.
-- Olha, eu não vou jogar as pedras que joguei antes quando lá existiam uns 10 mil guerreiros inimigos, porque devem restar somente uns 100 quando muito.  Será uma covardia, se eu assim fizer.
-- E que faço eu, meu deus?
-- Faz o que você tinha pensado.
-- Como assim, faço uma oração para o senhor pedindo para o sol parar?
-- Isso mesmo, respondeu o Mágico Iavé.  E a faça em alto e bom som para que todo o povo escute bem. Não vai adiantar nada, é certo.  Mas para todos os efeitos, perante os nossos “valentes guerreiros”, você ordenou a paralisação do sol e eu LHE OBEDECI.
-- Não entendi nada, oh meu senhor.
-- Homem, olha lá!, disse o Mágico Iavé, fazendo uma nesga no nevoeiro, está vendo? O sol ainda tem o seu brilho, 

apontou o senhor de Israel, é o suficiente para você exterminar pelas raízes esses amorreus. Vamos lá, homem!, completou, dissipando em um passe de mágica todo o nevoeiro.
Josué fez um muxoxo não muito discreto e lançou-se em disparada. Diante do contingente de seus guerreiros, não esperou que se levantassem do chão os que estavam deitado. Empertigou-se e bradou, os braços eretos em direção ao sol:  Sol, detém-te em Gabaon, e você lua, no vale de Aialom!.


Após isso, desconhece-se o que verdadeiramente ocorreu.  Mas o fato é que uns 2.100 anos depois, boçais sacerdotes na tentativa  de amenizar as penas de seus cativeiros na Babilônia escreveram essas e mais um sem número de asneiras:
Versículo 13 – E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo israelita se vingou de seus inimigos.
Ainda complementa o versículo acima, seguido pelo versículo 14:
 No Livro do Justo  está escrito assim:

          O sol ficou parado no meio do céu,
         e um dia inteiro ficou  sem  ocaso.
         Nem antes, nem depois
         houve um dia como esse,
         quando  IAVÉ OBEDECEU À VOZ
         DE UM HOMEM.
         É porque Iavé lutava a favor de Israel.

 Isso foi o que ficou registrado em um tal Livro do Justo  cujo paradeiro nunca ninguém soube e muito menos interessou-se em procurá-lo.
O Capítulo 10 encerra-se com o seu versículo 15:
Depois Josué voltou, com todo o Israel, para o acampamento de Guilgal.

Quanto ao Mágico Iavé, supõe-se que depois do vexame da oração do seu servil filho, meteu-se  Universo a dentro sem nenhuma gota de saudade.

E quanto a nós:  estaremos prontos para uma nova postagem. Desta feita para expormos o fim definitivo dos 5 reis amorreus. Escondidos em covas, foram de lá arrancados e...  
... DEIXEMOS PRÁ PRÓXIMA com todas as imundices correlatas, sem dúvida alguma.  
ATÉ LÁ!